O salário vai aumentar? Saiba mais sobre a isenção de IR até R$ 5 mil!
Uma nova proposta do governo federal busca aumentar a isenção do Imposto de Renda (IR) para trabalhadores que recebem até R$ 5 mil mensais. A medida, parte de uma ampla reforma tributária, ainda precisa ser aprovada pelo Congresso Nacional e está prevista para discussão em 2025, com implementação esperada apenas para 2026.
Se aprovada, cerca de 36 milhões de contribuintes deixarão de pagar IR, segundo a Associação Nacional de Auditores Fiscais da Receita Federal (Unafisco). Mas como essa mudança impacta o bolso dos trabalhadores e o que acontece com quem ganha acima de R$ 5 mil? Entenda abaixo.
O que muda com a proposta?
Atualmente, apenas quem ganha até R$ 2.259 está isento do IR. Com a nova regra, trabalhadores com salários de até R$ 5 mil passariam a não sofrer deduções. Isso significa um aumento no valor líquido recebido — ou seja, valor após os descontos, como INSS.
Quais são os descontos feitos na fonte em um salário CLT?
Para salários CLT no Brasil, as principais deduções aplicadas são:
INSS (Previdência Social): Percentuais variam por faixa salarial, aplicados de forma progressiva:
- Até R$ 1.320: 7,5%
- De R$ 1.320,01 a R$ 2.571,29: 9%
- De R$ 2.571,30 a R$ 3.856,94: 12%
- De R$ 3.856,95 a R$ 7.507,49: 14%
Imposto de Renda (IR): Deduzido com base na tabela progressiva, após abater o INSS e outros descontos, como dependentes:
- Até R$ 2.259: isento
- Faixas superiores têm alíquotas de 7,5% a 27,5%.
Há ainda outras, opcionais, conforme os benefícios de cada empresa:
Vale-transporte (VT): Desconto de até 6% do salário base, se o benefício for usado.
Vale-refeição (VR) e Vale-alimentação (VA): Percentuais ou valores fixos podem ser descontados, dependendo da política da empresa.
Outros que podem ser descontados: plano de saúde ou odontológico, contribuição sindical e empréstimos consignados.
Como funciona o desconto atual?
Hoje, o IR é recolhido na fonte, sendo descontado diretamente do salário.
O IR é calculado com base no salário bruto, mas antes de aplicar as alíquotas, certos descontos (como INSS e dependentes) são subtraídos do salário bruto. Isso resulta na “base de cálculo”. Com essa base, aplica-se a tabela progressiva, que divide o salário em faixas, cobrando percentuais maiores à medida que a renda aumenta.
Por exemplo:
- Um salário de R$ 5.000 sofre dedução do INSS e outras possíveis despesas.
- Sobre o valor restante (a base de cálculo), aplica-se a alíquota correspondente.
Veja como é a tabela atual:
Tabela progressiva do Imposto de Renda 2024
Faixas do IR | Base de cálculo | Alíquota | Parcela a deduzir do IR |
1 | até R$ 2.259,20 | zero | zero |
2 | de R$ 2.259,21 até R$ 2.828,65 | 7,5% | R$ 169,44 |
3 | de R$ 2.826,66 até R$ 3.751,05 | 15% | R$ 381,44 |
4 | de R$ 3.751,06 até R$ 4.664,68 | 22,5% | R$ 662,77 |
5 | acima de R$ 4.664,68 | 27,5% | R$ 896,00 |
Fonte: Receita Federal
Na prática, o salário vai aumentar?
Tecnicamente, o salário bruto permanece o mesmo, mas o trabalhador receberá mais, já que os descontos de IR deixam de ser aplicados.
Por exemplo, quem ganha R$ 5 mil atualmente tem descontos escalonados que reduzem seu salário líquido. Com a mudança, esse valor seria recebido integralmente, aumentando o rendimento disponível.
Como ficam os trabalhadores que ganham acima de R$ 5 mil?
A proposta ainda não detalhou como será a tabela para rendas superiores a R$ 5 mil. O governo mencionou uma faixa de transição até R$ 6.980, com possíveis reduções na tributação para evitar saltos bruscos entre as alíquotas. Contudo, os ajustes ainda dependem de aprovação e regulamentação.
A ampliação da isenção do IR pode representar um alívio significativo para milhões de trabalhadores. Entretanto, detalhes sobre as alíquotas para rendas mais altas e a viabilidade fiscal da proposta ainda precisam ser discutidos.
Leia também:
Veja o que o SindiFast já conquistou para o trabalhador
Direitos que você tem, mas não sabia
ÚLTIMOS ARTIGOS