Todos os estabelecimentos podem funcionar com capacidade máxima e sem limite de horário.
Depois de 588 dias chegam ao fim as restrições da pandemia no estado de São Paulo. A partir desta segunda-feira (1º), todos os estabelecimentos podem funcionar com capacidade máxima, sem limite de horário ou determinação de espaço.
Festas, baladas, shows, eventos com torcida estão autorizados sem qualquer restrição a partir da data. Algumas dessas atividades já estavam ocorrendo no estado, mas ainda tinham que seguir regras, como manter o público sentado e não atender a capacidade total.
Agora as únicas normas obrigatórias no estado são o uso de máscara e a exigência do passaporte da vacina em eventos com mais de 500 pessoas. O distanciamento deixa de ser regra e passa a ser apenas uma recomendação das autoridades estaduais.
É a primeira vez desde 22 de março de 2020, quando o governador João Doria (PSDB) decretou quarentena no estado para conter a disseminação da Covid, que os estabelecimentos comerciais de todos os tipos poderão funcionar sem limitações.
As liberações feitas a partir desta segunda são vistas como o fim do Plano São Paulo, que foi estabelecido para coordenar a flexibilização das atividades econômicas no estado.
Em agosto, quando anunciou o fim das restrições para novembro, o governo trabalhava com a expectativa de chegar nesta data com 90% da população do estado vacinada com duas doses (ou dose única).
Ainda que a meta não tenha sido alcançada, a liberação foi mantida. São Paulo é o estado brasileiro em que a cobertura vacinal está mais avançada, com 87% da população adulta já com o esquema de vacina contra a Covid completo. Em relação a toda a população, 67,5% receberam as duas doses.
Com o avanço da vacinação, São Paulo viu os indicadores da Covid caírem expressivamente nos últimos meses. Neste sábado (30), o estado registrou menos da metade de pessoas hospitalizadas do que há um ano.
Em 30 de outubro de 2020, São Paulo tinha 6.949 pacientes em leitos reservados para Covid, sendo 2.883 em UTI e 4.066 em enfermaria. Neste sábado, eram 3.400 internados com o vírus, 1.069 em UTI e 1.791 em enfermaria.
Ainda que a vacinação esteja avançada e os casos da doença em queda, especialistas afirmam que é preciso cuidado por enquanto. Festas e shows em ambientes fechados são considerados de alto risco para infecção.
Desde agosto, esses estabelecimentos já estavam liberados para voltar a funcionar, mas atendendo apenas uma parcela da capacidade total e somente com o público sentado —as pista de dança estavam proibidas. O governo diz que esses espaços podem exigir passaporte de vacinação dos frequentadores.
A exigência do comprovante já foi adotada nos estádios e eventos esportivos do estado, que agora podem também funcionar com capacidade total.
A liberação de todas regras de distanciamento foi seguida também na capital paulista. Na quinta (28), o prefeito Ricardo Nunes (MDB) revogou todas as restrições de ocupação, horário de funcionamento e distanciamento mínimo entre pessoas em estabelecimentos públicos e privados na cidade de São Paulo.
A revogação apenas concretizou medidas que já tinham caído por orientação do governo estadual. O comércio, por exemplo, já estava funcionando sem restrição de horário e capacidade desde o começo de setembro. As escolas também já estão liberadas a receber 100% dos alunos, sem precisar garantir o distanciamento de um metro entre eles.
Tanto a gestão estadual quanto a municipal defendem que as liberações são seguras desde que a população mantenha o uso de máscaras. A obrigatoriedade da proteção facial, no entanto, já tem sido abandonada em outras capitais, como Rio de Janeiro e Distrito Federal.
Além da máscara, governo e prefeitura defendem a obrigatoriedade da apresentação do comprovante de vacinação em eventos com mais de 500 pessoas. Em alguns locais públicos na cidade, como a Câmara Municipal e os fóruns do Tribunal de Justiça, o passaporte de vacina é obrigatório para qualquer um.
Na capital paulista, desde 1º de setembro, passou a valer o decreto que exige a apresentação do comprovante de vacinação contra a Covid em eventos com público superior a 500 pessoas. Casas noturnas e espaços de eventos consultados pela Folha estão exigindo o passaporte para os seus frequentadores.
Fonte: ANR, Folha de S. Paulo